
Quando nos disseram que Mary Shelley apareceria em The Haunting of Villa Diodati numa temporada que nos reintroduziria os Cybermen, não precisava ser um Sherlock para cruzar as informações e saber exatamente quando veríamos o Cyberman solitário pela primeira vez.
E acertamos.
Existem várias versões para o envolvimento entre os Shelley e o Lorde Byron. Como Doctor Who não é Deu a louca na história, o elemento sequer interferiu na narrativa. Tivemos um excelente episódio de terror do tipo que o Mark Gatiss sempre tentou fazer, mas nunca conseguiu.
No episódio, a Doutor e seus compannions vão parar na residencia do Lorde Byron na noite da famosa aposta que levou Mary Shelley a criar Frankenstein, só que Percy Shelley não estava lá e o clima da casa dificilmente inspiraria a criação de um dos mais famosos livros de terror do mundo. A casa começa a apresentar várias estranhezas. Fantasmas, mãos que atacam os moradores e até portas que levam ao mesmo lugar que os personagens haviam saído. Todos ficam presos em seus ambientes até a Doutor descobrir que se travava de um filtro de percepção, resolver o assunto e descobrir que um perigo ainda maior rondava a casa, o Cyberman solitário.
O monstro chega matando a todos que cruzam seu caminho, menos o filho dos Shelley. Ele está em busca de um guardião que não é nenhum dos presentes. Logo descobrimos que o guardião era Percy Shelley. Ele havia encontrado um fragmento de Cyberium, um repositório de todas as informações sobre sua espécie, que quando fundida com algum Cyberman, é capaz de transformá-lo na base de uma nova coletividade.
Como o fragmento estava matando o poeta, a Doutor decide retirá-lo e na dúvida entre Shelley, o Cyberman solitário e ela, o Cyberion a escolhe, mas surge o dilema de manter a história intacta ou dar ao ciborgue o que ele tanto queria. Graham, Ryan e Yaz lembram a Doutor do aviso de Jack e ela os lembra de que no final, todas as decisões se concentram na única pessoa capaz de tomá-las, que nunca é algum deles.
Após ter feito sua escolha de Sofia, ela decide ir até o ponto que gerou todos os eventos, a gerra final entre os humanos e os Cybermen. O curioso é que ela tenta avisar dos perigos desta jornada e eles decidem ir em direção à morte como bons Lêmingues.
E isso nos coloca no final da temporada.
Considerações sobre o episódio:
Um episódio de terror com um dos mais importantes nomes do horror gótico mundial caiu bem. As citações a textos dos Shelleys e de Byron foi interessante, principalmente a poesia She Walks in Beauty que ele e a Doutor citaram. Um Cyberman com nome, personalidade e eloquência foi um diferencial. O visual e a caracterização de Ashad (Nicholas Briggs) mudam o paradigma da raça, o que o torna o Cyber Controlador perfeito. Ver Nicholas Briggs, a voz dos Cyberman e dos Daleks em tela é um diferencial, uma vez que só ouvimos sua voz. O ator já interpretou um Doutor durante o hiato da série, e é um dos responsáveis pelo surgimento dos audiodramas.
A Doutor e Yaz estão cada vez mais interessantes. Yaz está cada vez mais desconfiada e a Doutor, cada vez mais fria e irritadiça. A temporada não está sendo nada agradável para a 13, que viu seu planeta ser destruído mais uma vez e tem mais perguntas do que respostas, o que nunca agrada a um Doutor.